sábado, 5 de maio de 2012

Big Bang




Volta e meia estamos batendo nas mesmas teclas, mas é necessario para que possamos buscar um maior entendimento e entrosamento entre deficientes e devotees e nós mesmos.

Não me lembro qual das meninas ou meninos disse que buscava na comunidade um auto conhecimento. Talvez todos nós façamos o mesmo...
Uma das dúvidas dos últimos dias é indentificar-se um devotee ou o momento da conscientização do que se é.

É uma tarefa complicada muito mais para nós quando falamos de terceiros do que para quem busca essa resposta. Por mais que escrevamos e tentemos entender esse Universo, a raiz da atração e a consagração de um devotee ainda são um misterio.

Dos relatos que temos, e é preciso dizer que nem todos os devotees estão dispostos a falarem de si mesmos, atitude que respeito, obviamente. Enfim dos relatos que colhemos o ponto pacífico é a atração por deficientes e por nosso Universo, por nossa órbita.

Alguns devotees lembram-se de ter despertada a atenção por deficientes na tenra idade, onde o sexo ainda era uma fase futura. Mas a atração pela figura do deficiente estava lá... Desenvolvendo-se posteriormente na pré adolescência, adolescência... Vida adulta.

Outros afirmam ter sido somente na adolescência em contato com pessoas deficientes, à distância ou mais perto. Na família, na rua, em qualquer lugar.
Lembro-me de um devoto de amps - não mais presente na comunidade - que nos relatava ter seu devoteísmo despertado ao ver uma amputada passeando pelas ruas. Desse momento em diante passou a sentir uma atração tão forte por amputadas que as procurava onde quer que fosse.

Observamos ainda, devotees que tiveram colegas de escola, deficientes, o que me parece ser o caso de Danni, nossa devota.
Uma outra ao ver um cadeirante quando menininha ainda...

E temos Jason, que um dia nos presenteou com sua história forte, marcante para quem teve a oportunidade de ler. Bem, não vou entrar em detalhes, pois é algo muito pessoal. Apenas tomo a liberdade de dizer que foi em sua adolescência com sua primeira namorada amputada.

São tantos os casos que se torna difícil de elencá-los de uma só feita, sem esquecer de nenhum. Cito ainda Stella, que prefiro que se assim desejar relate seu primeiro contato com deficientes, e que de certa forma conhecemos... Marquito que também nos presenteou com suas primeiras impressões dentro do devoteísmo...

E eu pergunto como identificar em cada um deles o momento exato de seu Big Bang, o momento da explosão de um novo Universo onde o pensamento da descoberta vem e indaga: Sou diferente? O que é isso que sinto? Existem outras pessoas iguais a mim? Esse universo é só meu?

É muito pessoal para que possamos sem ser invasivos (eu já o fui, tecendo o texto acima) esmiuçar a criação, o surgimento de um devotee...
Mas algumas observações podemos fazer, o devoteísmo é latente até que seja detonado seu gatilho, ninguém se transforma em devotee de uma hora para outra ou em contato com deficientes se não houver a semente do devoteísmo. Fui casada por um bom tempo com um não devotee para ter consciência e falar com propriedade que nem todas as pessoas em contato conosco são devotees.
E muito menos se transformam em devotees.

Essa latência dos desesejos dentro do devoteísmo estava lá submersa, pulsante, pronta para ser descamada. Mas na particularidade de cada um vai se processar de forma única, lentamente ou em um flash instantâneo...

A conscientização vem com a recorrência na procura por deficientes, na preferência por deficientes. Na emersão das dúvidas: Por que acho bonito uma pessoa mancar, por que sinto esse desejo de estar entre deficientes, por que gosto de ver cotos, por que gosto de ver muletantes, por que gosto de cadeira de rodas, porque e seus porquês e são inúmeros, diferentes. Infinitos em suas variações assim como são as pessoas e estaria sendo repetitiva se começasse a falar sobre as cores e matizes do devoteísmo.

Por isso quando nos pedem explicações ou para sanar suas dúvidas aconselhamos a ler nossos tópicos, nossos relatos, além de nossas respostas imediatas. Pois não está ao nosso alcance traçar os paralelos entre quem pergunta e o que já nos foi relatado. O que podemos fazer é tentar catalizar todas essas informações e oferecê-las sem pecar na indiscrição de expor demais nossos membros sem que os mesmos nos permitam.

O Big Bang, já teve um tópico em nossa comunidade, perdeu-se entre essas idas e vindas. Era um tópico onde cada um que assim se dispôs relatou sua descoberta e criação de seu universo dentro do devoteísmo, se alguém estiver disposto a contribuir novamente, agradeço antecipadamente.

Bom é isso...

Regina

PS: Todos os depoimentos colhidos após esse artigo constam em nossa comunidade no orkut: Deficientes e Devotees.

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