sexta-feira, 26 de julho de 2013

Era um novo Devoteísmo?




Há algum tempo afastada do nosso Universo e de suas facetas, eis que, estou de volta. Se há um ponto de partida, há em contrapartida sempre um ponto de retorno e volto...
E para minha surpresa, não vejo mudanças, não vejo evolução e não sinto sequer o oxigênio necessario para que os pulmões dos debates sobre devoteísmo respirem sem ataques súbitos de gases venenosos.
Ironicamente, porém, não é o que pregam hoje aqueles que se dizem os baluartes dos bons costumes, da moral, do comum e da malfadada hipocrisia dentro do devoteísmo. Hipocrisia, pois, aqueles que bradam, bradam às escondidas, bradam secretamente. Secretamente bradar? Que contra senso... 

Hoje, para esses estandartes, devoteísmo nada mais é do que meia dúzia de pessoas a se encontrarem em determinados locais, munidos de determinadas características e de determinados cabrestos.  Sim, cabrestos. Devotees passaram a ser nada mais, nada menos que pessoas limitadas por regras, por expressões e por um idioma. Idioma esse falado somente pelas matriarcas da malfadada hipocrisia... Não mais permitem que devotees tenham desejos carnais, não mais permitem que devotees expressem-se, não mais permitem que devotees existam se não seguirem suas bíblias, não mais permitem que devotees existam se não  mostrarem  suas fotos, suas identidades, quiçá se não ajoelharem-se e rezarem rosarios e mais rosarios de penitencias para expurgarem seus pecados por serem entre si diferentes...

Oras, isso é um absurdo e um total retrocesso. E eu me pergunto, aonde está a evolução? Numa seita secreta? Numa seita que exige rituais tacanhos de subserviência e demonstrações de um quociente de inteligência duvidoso? Qualquer pessoa um pouco mais informada, com um raciocínio independente consegue enxergar o perigo de seitas como esta. Seitas onde o lema é: "Se não pensa como nós, não é um de nós." Tudo bem, bem sabem que não sou uma pessoa religiosa...
Mas, seitas sobre Devoteísmo? Isso é quase um insulto. 
Devoteísmo não é religião, não é partido político, não é ideologia. Devoteísmo é parafilia e fetiche, repito e repito há anos.  
Devotees são pessoas das mais variadas características, nacionalidades, raças e preferências. 

Limitar o devoteísmo dentro de quatro paredes tendo como guardiãs mentes obsoletas é algo extremamente perigoso. Não, não há evolução,  há o risco sim de transformarem essa instigante atração num atração camuflada, morna e sem graça. Há o risco de uma caça às bruxas - e sempre as preferi às pseudo moralistas - enfim, há o risco de abortarem qualquer nuance de devoteísmo que não acasale com seus delirios de uma nova era. 
Era o quê mesmo? Ah, era devoteísmo, não é mais... Essa é a nova era?
Hoje fazem isso com devoteísmo, amanhã quem sabe comecem a determinar quem é deficiente e quem não é. Quem sabe tenham uma escala ou um teste onde as respostas jamais podem contradizer seu matriarcado.

Matriarcado esse, tão duvidoso... De um corpo de três cabeças, de uma só voz e de uma mesma máxima: Atacar Lola, atacar Libertino, atacar, atacar e... Claro, negar. Atacar para que dentro de suas mentes deixemos de ser o que somos, de representar o que representamos. Ou seja, um devoteísmo nu e cru. Tudo de acordo com a hipocrisia, essa sim, que praticam sem ética e moral alguma, ao contrario a exibem em atos e palavras quando negam esses ataques.

É, voltei, voltamos, mas a impressão que tenho é que voltamos no tempo e não no espaço. Voltamos   e encontramos um devoteísmo quase agonizante, quase castrado, quase aborto, sufocado e pedindo socorro... E, claro, respondemos: " Cá estamos".
 
A era? Não sei. Somos, não éramos.

Regina