Há tempos não escrevo um texto no blog, confesso que
por falta de tempo para aqui estar. O interessante é que mesmo mantendo
minhas letras em dia em outros sites sinto falta de escrever em nosso Universo.
Tenho lido uma coisa e outra quando entro. As observações das deficentes ainda têm um ponto nevrálgico, ou seja, a infidelidade dentro do devoteísmo.
Por outro lado temos devotees que ora se agridem ora juntam forças tentando
provar que existem devotees fiéis e disposto a um relacionamento monogâmico.
Acredito que existam, ainda não presenciei tal fato, mas tais devotees devem existir.
Gostaria de lembrá-los que a internete propicia uma interação maior e
consequentemente um trânsito livre embora muitas vezes esse ir e vir seja feito por labirintos e entre névoas, ainda assim para àqueles que buscam “liberdade" sem dúvida via web esse transitar torna-se bastante convidativo.
Em um tema tão controvertido como o devoteísmo por mais que
insistam que não, esperar que sejamos diferente nesse mar de emails, orkuts,
facebooks, sites de relacionamentos diversos é no mínimo utopia. Existe uma
variedade muito grande de cores e sabores. Com o tempo, algumas amizades se
fortalecem e outras se diluem. Portanto usemos de bom senso ao travarmos
contato com esse ou aquele para não cairmos na vala comum dos desinformados.
É fato que alguns devotees trouxeram esses costumes já de fora da net e fora da nossa atmosfera, mais um motivo para ter cuidado com as tais expectativas. A compulsão e a infidelidade não nasceram dentro da internete, mas dentro da internete encontraram um campo fértil. Em contra partida encontraram também deficientes, ou melhor, pessoas que podem trocar informações com maior facilidade a respeito de qualquer tema ou indivíduo do seu interesse. Gerando assim muitas vezes conflitos entre a liberdade e a privacidade.
Não há inocentes e culpados, há quase sempre uma diferença de foco e de desejo. Mas está claro que deficientes esperam bem mais, muito mais, do que a maioria dos devotees pode ou quer ceder. Mas não é algo inerente apenas ao nosso Universo, os costumes estão mundando, o comportamento humano vem mudando ao longo das últimas décadas. Cada vez mais ficam escassas as relações e a procura por relações estáveis.
E em nosso contexto essa escassez se agrava pela estatística de um número considerável de deficientes e um número não tão considerável de devotees favorecendo-os quando compulsivos.
Os grupos, os sites, as comunidades hoje são muito mais usados para estabelecer contato entre as pessoas do que propriamente para debates. O que por um lado é ótimo, o medo do desconhecido esvai-se entre uma palavra e outra. A relativa invisibilidade propicia a liberdade de externar desejos contidos e críticas que talvez não chegassem a lugar algum ao menos são lidas.
Mas, quanto aos debates em si... Esses, sinto que vão perdendo espaço, vão cedendo lugar ao deslumbramento e muitas vezes desencantamento consecutivo e instantâneo pela falta de tato de alguns ao reduzirem deficientes e devotees a meros pedaços de carne a satisfazerem carências e desejos. E, como nem sempre a carne crua é bem digerida, assim também algumas palavras e expressões ao invès de promoverem um entendimento melhor entre os interessados pode sim acarretar um distanciamento maior.
Diante dessa realidade perdemos a oportunidade de conhecermos um devoteísmo sem máscaras
quando com palavras coagimos e inibimos devotees que estão dispostos a um debate sério a se posicionarem honestamente e são raros, bem raros. Da mesma forma que inibimos e coagimos deficientes de colocarem suas dúvidas pelo medo de serem ridicularizadas quando
tentam se posicionar sem serem meras respostas ao que anseiam devotees.
E essa tal liberdade que tanto ansiamos ao fim restringe-se não a de expressão ou des escolha mas sim e muito a adubar relações rasas e efêmeras e em nosso universo um grande e imenso rodízio às vezes se faz presente solidificando o devoteísmo compulsivo. Sem que no entanto estejam cientes devotees e deficientes de que isso não é liberdade, é muito mais viver um devoteísmo fast food.
Assim é, assim tem sido, grupos e mais grupos surgem no facebook desde àqueles voltados à postagens de fotos eróticas, fotos de nus mais explícitos, conversações mais apimentadas em chats a poucos grupos que buscam debates sobre a relação deficiente/devotees. Se tudo já foi dito, postado, revirado, infelizmente sequer é lido por alguns que simplesmente em nome da liberdade trilham ao que me parece um caminho inverso ao da escolha consciente alimentando inconscientemente a compulsão dentro do devoteísmo. Não digo infidelidade. Para ser fiel é necessario antes um compromisso, um pacto ainda que velado, isso me parece ainda difícil de acontecer.
Eu sei, nada muito diferente do universo lá fora, mas aqui há a singularidade de devoteísmo ser um fetiche e que algumas deficientes ainda não se deram conta disso. Por outro lado, alguns homens deficientes parecem se apegar somente ao termo fetiche ao abordar as meninas devotees sem considerar que possam ser diferentes entre si e que estejam buscando cada uma a sua propria historia amorosa ou não. Assim as expectativas muitas vezes seguem um caminho contrario quando lidamos não apenas com deficientes e devotees mas sim com as diferenças entre os sexos e as diferenças, ainda bem, também entre pessoas do mesmo sexo. Tudo isso em nome da liberdade de se postar, curtir, compartilhar, falar e agir sem a responsabilidade de enxergar o outro, como se o outro fosse apenas o reflexo dos seus desejos. Mas nem mesmo o espelho é totalmente fiel ao nos devolver nossas faces...
Regina
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